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Câmara aprova CPI para investigar denúncias

27 de Junho de 2006

             A Câmara Municipal de Passos vai instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de um ex-prestador de serviços do município, que acusa o Legislativo de irregularidades em pagamentos e de interferência na contratação de funcionários. A CPI vai ampliar o alvo da investigação, não se limitando ao tempo de mandato da atual mesa diretora, mas de todo o período em que a empresa de Antonio Claret prestou serviços ao município.
            O pedido de CPI entrou assinado pelos vereadores da bancada de oposição e foi lido na reunião ordinária da noite de segunda-feira (26 de junho). Assinada por todos os vereadores da Casa, foi aprovada emenda modificativa à proposição que prevê a ampliação das investigações. O presidente da Casa, vereador dr. José Roberto Bernardes, disse que é o maior interessado na apuração e que determinou a leitura em plenário do pedido da Comissão imediatamente à análise de que a solicitação cumpria as exigências legais. José Roberto já solicitou aos líderes as indicações dos nomes que vão compor a CPI.
            Vários ex-empregados da empresa de Antonio Claret procuraram a Câmara Municipal na noite de segunda-feira, para manifestar apoio às investigações, dizendo que estarão à disposição para colaborar. Em reunião com os vereadores no plenarinho, a pedido dos ex-empregados, estes desenharam a figura de um dono de prestadora de serviços que atrasava salários, não recolhia direitos trabalhistas e que dava o calote também em empresas conveniadas.
            O ex-empregado José Cândido da Silva afirmou que seu acerto trabalhista com Antonio Claret só aconteceu por intervenção do Ministério Público Estadual e que tempo depois veio saber que a empresa não depositava o FGTS e nem recolhia para o INSS. O ex-empregado Marcos Siqueira confirmou que a empresa não recolhia as contribuições obrigatórias, atrasava salários em até 3 meses e que quando saiu não conseguiu receber o acerto. Disse que recorreu à Justiça do Trabalho, mas recentemente foi informado que possivelmente não poderá receber nada, porque o dono da empresa não dispõe de bens para serem penhoradas.
            Na sua narrativa, Marcos Siqueira disse que são inúmeros os ex-empregados em dificuldades financeiras até hoje e cujas famílias chegaram a passar fome pelos atrasos nos salários. Uma outra denúncia grave, segundo ele, é que a empresa de Claret conveniava-se com o comércio de supermercados e lojas, liberava os chamados vales descontando-os no salário seguinte mas não repassava o valor correspondente  para os conveniados.
            Segundo o líder do prefeito na Casa, vereador Nivaldo Chaparral, a Prefeitura ameaça processar Antonio Claret, porque o dono da empresa tem usado o pretexto de não acertar com os ex-empregados com a justificativa de que teria dívidas para receber do município, quando segundo o líder a Prefeitura não deve nada à empresa.
 
 
SDLP/jpe
086-2006
27/06/06

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