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A causa da federalização da FESP

07 de Dezembro de 2005

Dr José Roberto Bernardes*

A Câmara Municipal de Passos, atendendo um pedido nosso, realizou a Audiência Pública para discutir a instalação na cidade, visando atender toda região, de um universidade pública e gratuita. Este não é um debate novo no seio de nossa comunidade. Desde há muito tempo que, pelo menos há dezesseis anos, que se busca um caminho para que nossa instituição se transforme numa instituição pública, mantida com recursos governamentais.
A primeira sinalização neste sentido aconteceu quando houve a oportunidade das fundações de ensino, espalhadas por toda Minas Gerais, optarem por serem instituições agregadas à UEMG, a universidade do Estado, ou se desligarem da, então, suposta vinculação com Minas.
A comunidade, chamada a opinar, optou por ser parte integrante da recém criada UEMG, como prevê a Cons-tituição mineira. Era um passo impor-tante que a acade-mia dava no sentido de ser uma insti-tuição de ensino superior pública.
Ao longo dos anos vimos ser criada a Unimontes, mas a UEMG, tirando o campus de Belo Horizonte, patinava e não saia do lugar, embora a comunidade tenha sabido se manter mobilizada, aproveitando todas as oportunidades que lhes era oferecida para tornar concreta a decisão que se houvera tomada em 1989.
A FESP, através dos anos, se tornou uma instituição importante em toda região. Cresceu em potencial e na oferta de cursos. Junto com a demanda surgia também a dificuldade e isto deixava evidente que a saída para que a implantação de uma universidade pudesse ser realidade em nossa região, a partir de Passos, o projeto teria que passar necessariamente por uma instituição de caráter público.
Não porque estamos inseridos em uma região de poder aquisitivo baixo apenas. Mas principalmente por aqui carece-se de uma instituição de ensino superior  patrocinada pelo poder público, seja ele estadual ou federal, em razão de se criar um projeto de desenvol-vimento voltado para incluir, de verdade, esta região no cenário estadual e federal.
Não é segredo para ninguém que o Sudoeste de Minas vive uma situação paradoxal: geograficamente situada entre duas regiões ricas, o sul de  Minas e o norte de São Paulo, ela padece da infra-estrutura de que é dotado o Estado de São Paulo e vive um isolamento no que diz respeito a Minas Gerais.
É preciso que haja uma integração desta parte de Minas com o próprio Estado e também com o Brasil. Estradas e Educação são as molas mestras para promover tal ligação. A Estrada cumpre um papel de fazer o intercâmbio das riquezas. A Educação estabelece vínculos através do conhecimento e da produção acadêmica.
A primeira merece uma atenção especial, mas a segunda, que trata da Educação, é uma demanda prioritária, pela qual se luta permanentemente, mas que se intensifica em ocasiões mais propícias.
Vivemos este momento agora. O governo Lula implanta univer-sidades federais em diversas partes do País e temos na Câmara federal um deputado de Passos, Alexandre Maia, que pode ser o elo de ligação entre as diversas lideranças regionais e Brasília. É bom destacar que o prefeito de Passos, Ataíde Vilela, assumiu a presidência da AMEG e, nesta função pode contribuir muito para um bom desfecho nesta pretensão de se ter aqui uma FESP federalizada, despontando como uma universidade federal forte na nossa região.
Destaquei no discurso que fiz na Câmara que nossas chances não são muitas, mas são boas. Sei que, no que depender da Câmara, esta luta não irá esmorecer-se e tudo será feito para que, com a nossa ajuda política, tenhamos aqui a Universidade Federal do Sudoeste de Minas. Importante, porém, dizer que a causa da federalização da FESP não pertence a um ou outro, mas a toda comunidade e só com esta unidade seremos capazes de conquistá-la.

*Dr José Roberto Bernardes é o presidente da Câmara de Passos

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